Caranguejo/Tabaiares

A Comunidade de Caranguejo/Tabaiares está localizada entre os bairros da Ilha do Retiro e Afogados, região político administrativa 4 e 5 do Recife, uma área de 7,4 hectares às margens do Rio Capibaribe. Em 1910 tiveram início as primeiras ocupações da área de mangue com a chegada dos primeiros moradores/as, essa ocupação se ampliou a partir da década de 70, com a luta pela posse da terra, que contou principalmente com o apoio da Igreja Católica, através da paróquia Nossa Senhora dos Remédios. O nome Caranguejo está associado à quantidade de crustáceo que se encontravam nos manguezais e adentravam as casas em dias de chuva, já Tabaiares surge com o time de futebol local chamado de mesmo nome que ganhou fama na cidade.

Para quem transita na área, a comunidade não fica visível, por estar cercada de comércio e empreendimento. Fica numa área bem localizada, com proximidade de vias importantes, vasta infraestrutura urbana e de serviços nos arredores. Nas imediações da comunidade está localizado o Sport Clube do Recife (Ilha do Retiro), a Faculdade de Administração e Engenharia de Pernambuco (FCAP), o SEBRAE e vários serviços do ramo automobilístico, mas também famoso por seu polo médico, de grande importância para a economia do Recife.

A maioria das casas da comunidade possuem pouca infraestrutura, muito próximas uma das outras com elevada taxa de ocupação do solo. As condições de moradia também são caracterizadas pela coexistência de duas ou mais famílias (coabitação); de um número insuficiente de cômodos para atender às necessidades da família; e por habitações sem saneamento. Apesar de muitas moradias de alvenaria, é comum a utilização de madeira, barro ou papelão, com algumas moradias erguidas sobre as águas (palafitas).

Apesar das dificuldades socioeconômicas e estruturais, a comunidade possui Posto de Saúde da Família, escolas, creches, Associação de Moradores e Biblioteca Comunitária; um Clube de Idosos; grupo percussivo de maracatu e capoeira. É na comunidade que está localizada a Ilha do Zeca, a última Ilha do Recife que ainda não tem construções. Com três campos de futebol, a ilha é um importante espaço de lazer da comunidade e de outras localidades circunvizinhas, onde alguns moradores desenvolvem trabalhos sociais. A comunidade também possui aproximadamente 30 viveiros de camarão, peixe e caranguejo que garantem a geração de trabalho e renda de praticamente 30% dos moradores.

A comunidade é uma das Zonas Especial de Interesse Social – ZEIS desde 1996 (Assentamentos habitacional, surgidos espontaneamente, existentes e consolidados, onde são estabelecidos normas urbanísticas especiais, no interesse social de promover a sua regularização jurídica e sua integração com a estrutura urbana), ou seja, o reconhecimento do Governo Municipal das precárias condições de habitação e infraestrutura urbana, problemas de meio ambiente, educação, saúde, trabalho e renda.


Roda de Fogo

A Comunidade de Roda de Fogo está localizada no bairro dos Torrões, Região Política Administrativa 4 do Recife. Foi fundada em 1987 a partir da ocupação de um área de 60 hectares pertencente ao governo federal. O nome da comunidade teve origem na própria resistência das moradoras e dos moradores que, durante a ocupação, espalhavam pneus em volta dos barreiros e tocavam fogo formando círculos de fogo. Algumas pessoas exclamavam que parecia uma roda de fogo, mesmo nome da novela transmitida pela rede Globo na época.

Atualmente, e depois de uma luta histórica de seus/suas moradores/as, a comunidade tem em torno de 40.000 (quarenta mil) habitantes, a maioria residindo em casas de alvenaria, em ruas asfaltadas, com serviços de água encanada e energia elétrica. Porém, bem em seu centro, está situado a comunidade Calcinha Preta, com casas pouco estruturadas de dois ou três cômodos e sem infra estrutura adequada.

A comunidade é atendida por uma linha de transporte público e por vários espaços comunitários (praças, quadra esportiva, escolas, creches, postos de saúde, delegacia). O comércio, bastante fortalecido, é uma das principais fontes de renda local, atende as necessidades da população com diversidade de gêneros alimentícios, setores de vestuários, eletroeletrônicos, e serviços de assistência técnica em geral.

No entanto, as condições de saneamento básico, iluminação pública, coleta de lixo e os altos índices de violência é o que mais chama atenção de forma negativa na comunidade. Toda ela é cortada por um canal que devia servir apenas para drenar águas usadas, porém, lixo, móveis velhos e esgoto o deixam com um aspecto feio, atraindo roedores e causando um grande mau cheiro.

Um precário serviço de iluminação pública, que facilita a criminalidade como furtos, assaltos, tráfico e consumo de drogas, além de outros problemas como a briga por território entre diferentes facções, aumenta a vulnerabilidade da comunidade, tornando a vida dos moradores e das moradoras um constante desfio.


Santa Luzia

A Comunidade de Santa Luzia está localizada no bairro da Torre, região político administrativa 4 do Recife. A Torre é um dos mais antigos e tradicionais bairros do Recife, com suas primeiras ocupações no final do século XVI.

A comunidade possui três perfis arquitetônicos diferentes: conjunto de moradias em alvenaria num estilo de vila; conjuntos de prédios populares no estilo caixão; e um conjunto de casas pouco estruturadas de madeira ou palafitas à margem do canal que corta a comunidade e deságua no Rio Capibaribe. Independente da possibilidade arquitetônica, as casas possuem serviço de água potável encanada e energia elétrica, mesmo que de forma ilegal.

Por estar dentro de um dos bairros mais ricos da cidade, a comunidade de Santa Luzia se beneficia de vasta possibilidade de transporte público, área de lazer, praças, quadras poliesportivas, campos de futebol, pistas de corrida, academia e serviço de bicicleta pública, escolas, creche, postos de saúde, hospital de referência, postos policiais, shopping e supermercados de grande porte.

Porém, mesmo com todos os serviços citados, as desigualdades sociais são evidentes. Observa-se lixo por toda a parte, mesmo com a coleta regular, a iluminação pública é precária e o esgoto sanitário é despejada sem tratamento no Rio Capibaribe. Apesar de contar com a estrutura dos postos de saúde e um suporte para atendimento de clínica médica e acompanhamento terapêutico pela paróquia da Torre, os serviços de saúde não conseguem atender às demandas da comunidade de forma satisfatória.

Contudo, o fator de maior impacto negativo é a violência que conta com o poder de milícia e um elevado número de pessoas envolvido com o tráfico de drogas, tendo como fator resultante a notificação da comunidade como maior área de risco da região metropolitana, apesar de monitorada pelas polícias militar e civil com ações previstas no programa pacto pela vida.


Santo Amaro

A Comunidade da Ilha Santa Terezinha está localizada no bairro de Santo Amaro, região político administrativa 1 do Recife. Santo Amaro é um dos bairros mais antigos do Recife, segundo os historiadores, sua origem remonta ao ano de 1681.

Apresenta uma área de 380 hectares e concentra seis comunidades: Ilha Santa Terezinha, João de Barros, Ilha de Joaneiro, Salgado, Chié e a Vila de Santo Amaro. O Bairro é constituído de duas Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS: a ZEIS da João de Barros, composta pela comunidade da mesma denominação; e a ZEIS Santo Amaro, composta pelas comunidades Ilha Santa Terezinha, Santo Amaro (Sítio do Céu e Vila dos Pescadores) e Rua Beco dos Casados. Localidade que concentra mais de 5 mil domicílios instalados, totalizando mais de 54% da população do bairro.

O Bairro de Santo Amaro tem uma localização privilegiada, cortada por vias importantes de circulação da cidade, como a Avenidas Agamenon Magalhães, Cruz Cabugá e Norte, o que torna sua localização central e de fácil acesso a outros bairros e cidades da Região Metropolitana do Recife. Em seu território encontram-se alguns pontos importantes da cidade, tais como o Cemitério dos Ingleses (1814), o mais antigo do Recife e local de sepultamento do corpo do General Abreu e Lima; a igreja de Santo Amaro das Salinas e o Hospital de Santo Amaro. Todos esses integram Zona Especial de Patrimônio Histórico e Cultural do Recife (ZEPH).

Está localizado no bairro o mais importante cemitério público de Pernambuco, o cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção, popularmente conhecido como “cemitério de Santo Amaro”, o Mercado de Santo Amaro, a Universidade Estadual de Pernambuco (UPE) e a Faculdade Federal de Direito da (UFPE); várias instalações da administração pública e muitas empresas midiáticas, como a sede do Jornal do Commercio e a Rede de Televisão Universitária.

Um dos principais problemas locais é o ao tráfico e consumo de drogas, que, de modo geral, está associado a outros crimes como porte ilegal de armas, formação de milícias, aliciação de menores, assalto de ônibus, disputas territoriais e de mercado, e o homicídio, tendo como fator resultante a notificação da comunidade como área de risco da região metropolitana, monitorada pelas policias militar e civil com ações previstas no programa Pacto pela ida.


+3000

Crianças, jovens e adolescentes atendidos

4

Comunidades com programas permanentes

183

Atividades educativas e comunitárias

20

Anos construindo um futuro melhor para as comunidades

 

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