Educação entre pares

A Educação entre Pares, termo vindo do inglês “peer educator”, é um processo de ensino e aprendizagem no qual jovens, adolescentes e crianças atuam como facilitadores das ações e atividades para outros adolescentes, crianças e jovens. Ou seja, são iguais falando para iguais¹. Nele há o empoderamento coletivo já que quem ensina, além de repassar o conhecimento, também aprende nesse processo. Todos/as atores/as encontram-se em um círculo de aprendizado contínuo. Na Educação Entre Pares, os facilitadores e as facilitadoras não estão num patamar maior, não há hierarquias e nem domínios de poder, presente, por exemplo, em modelos de educação tradicional. Por virem, geralmente, da mesma comunidade, do mesmo grupo social e faixa etária a linguagem de todas e todos é semelhante. Ou seja: o formador ou a formadora não é a pessoa que sabe tudo, mas sim aquela que conduz processos coletivos para a construção de novos conhecimentos e saberes por meio de questionamentos, reflexões e discussões².

Por passarem pelo mesmo sofrimento social do grupo trabalhado, o compreendem quais abordagens podem aproximar o público, quais os termos e exemplos que facilitem a compreensão e quais as maiores necessidades presentes no contexto em que se está desenvolvendo as ações. Mas é preciso um empenho do educador e da educadora que não é somente vir da mesma realidade. É importante que tenham ouvidos e percepções atentos para identificar as linguagens não orais, e que pratiquem o respeito, se livrem de julgamentos e aceitem as diferenças para que também possam passar esses valores para seus grupos e, ao mesmo tempo, estarem abertos para aprender com a diversidade de mentes que irão se deparar, desconstruindo as representações sociais negativas. Nesse sentido, qualquer adolescente, criança e jovem pode vir a ser um Educador ou Educadora Par.³

A Educação entre Pares, afinal, vem para transformar de forma estrutural problemáticas da sociedade que, muitas vezes, são agravadas nas comunidades em situação de vulnerabilidade social. Internalizar os valores de justiça, respeito e igualdade torna-se fundamental nesse processo e faz o caminho para o aprendizagem mais estruturante.


Tratamento Comunitário

Trabalhar os diversos elementos que formam comunidades num contexto de grava exclusão e sofrimento social é a essência do Tratamento Comunitário (TC). Essa é uma metodologia que agrega um conjunto de ações, instrumentos, práticas e conceitos, considerando os diversos atores sociais, numa proposta inclusiva que coloca a comunidade como elemento fundamental nesse processo. A finalidade do TC é a melhoria da qualidade de vida e a ressocialização social e profissional de pessoas em situação de exclusão, assim como de suas comunidades, contribuindo para a transformação social. Assim, torna-se essencial a escuta ativa, ou seja, os agentes que implementam a metodologia precisam estar atentos para as situações das comunidades e seus moradores e moradoras. Precisam perceber as ligações entre os fatos e saber identificar situações de sofrimento social para agir em qualquer âmbito que possa prejudicar a evolução das melhorias da qualidade de vida.

As estratégias para o processo do TC são feitas com a comunidade, na comunidade e para a comunidade. Entende-se que a comunidade já existe e que não se pode impor um conhecimento sem diálogo com o seu cotidiano para promover as melhorias das condições de vida. A construção do conhecimento para essas melhorias acontecerem deve ser feito de forma coletiva e respeitosa, levando em consideração as formas e o modo de vida, a história, os conflitos, a educação popular e as pessoas da comunidade. Esses fatores tornam o TC uma metodologia por si só empoderadora, ou seja, a transformação social promovida por ele não acontece apenas no final de seu processo, mas sim desde o inicio e continua de forma constante.

Para o processo do TC existir e caminhar para sua finalidade, ele considera de extrema importância as alianças de parcerias e de redes (organizações/instituições públicas e privadas), de protagonismo local e regional, de articulação entre atores da sociedade civil e governamentais. Dessa forma fica claro que o TC não age em fatores de forma isolada, mas busca manter o diálogo entre os diversos atores sociais e as instâncias ao seu redor.

Sistema de Diagnóstico Estratégico (SiDiEs)

O SiDiEs é um dos instrumentos utilizados na metodologia do Tratamento Comunitário. Com ele, conseguimos diagnosticar representações sociais nas comunidades e nas escolas, temas geradores para serem trabalhados, casos de sofrimento social e violências. É com o ele que também identificamos redes potenciais para parcerias no desenvolvimento de atividades que tratam da comunidade e sua juventude. O SiDiEs nos dá o diagnóstico para fazermos um Tratamento Comunitário que nos leve para uma transformação social mais profunda.


+3000

Crianças, jovens e adolescentes atendidos

4

Comunidades com programas permanentes

183

Atividades educativas e comunitárias

20

Anos construindo um futuro melhor para as comunidades

 

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