O Projeto Redução de Violência através do Engajamento Cívico de Jovens e a Cooperação entre Sociedade Civil e o Estado no Nordeste do Brasil apresenta ações que envolvem a mobilização, formação e participação dos atores sociais nos processos de formulação, implementação e incidência em políticas públicas nos territórios de atuação, cujas experiências são relatadas nesta obra. Tal perspectiva se dá a partir de concepções que se coadunam com a trajetória das Instituições [Grupo AdoleScER e o Grupo Ruas e Praças, com atuação e sede na comunidade de Santo Amaro, Recife-PE, e o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE), com atuação e sede no município de Bayeux-PB] envolvidas no processo, considerando-se também nesse caminho trilhado a cooperação com a Cáritas Alemã/BMZ1 , órgão financiador dos projetos trienais, as quais têm buscado o aprofundamento e a ampliação do impacto das suas ações.
Essa caminhada teve início no trienal de 2013-2015. Nessa oportunidade, nosso foco foi a Escola, envolvendo os atores que compõem esse espaço comunitário, por meio do desenvolvimento estratégias metodológicas do Tratamento Comunitário2 – Modelo ECO²3 , mapeando os líderes de opinião e a EGO REDE4 dos estudantes como estratégias no tratamento das incivilidades e episódios de violência no convívio escolar. O objetivo era o de evidenciar o poder das relações e o trabalho em rede como estratégias de ação. Um dos aspectos identificados nesse processo inicial foi o potencial das redes que convergiam para o ambiente escolar, como também as situações de violência presentes nessa instituição provenientes do contexto econômico e social do ambiente comunitário.
No trienal de 2016-2018, nosso foco de atuação foi o ambiente comunitário e os atores sociais que compõem esse espaço. Esse delineamento surgiu a partir das vivências do trienal anterior, o que foi se estabelecendo como um contínuo no desafio de lançar um olhar para a Escola, mas sem perder de vista as redes que compõem o ambiente comunitário como um todo. Mobilizamos os atores sociais das comunidades, com ênfase nos líderes de opinião, considerando a capacidade de incidência desses atores no tocante a buscar encaminhamentos para os problemas comunitários. Houve uma aproximação com relação à mediação de conflito, enquanto tema de estudo, para implantação de núcleos de mediação de conflitos comunitários e/ou escolares nos territórios atendidos pelo projeto.
No terceiro trienal 2019-2021, temos a intenção de ampliar o território de atuação para além do espaço escolar e comunitário gerando impacto nas ações dos entes públicos, tendo a comunidade como lócus do trabalho. A meta é a de ampliar e fortalecer espaços de participação política, contribuindo para a formulação e incidência em políticas públicas construídas a partir da realidade comunitária. O trabalho em rede é um dos fios condutores que perpassa os três projetos, como uma estratégia de mobilização da comunidade, planejamento e desenvolvimento das ações.
Levando em consideração esse processo de construção e atuação comunitária, bem como a sistematização das ações realizadas nos referidos projetos, estruturamos essa publicação em 6 capítulos.
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