Os problemas sociais e a questão da violência estão presentes em todas as esferas da comunidade. Nas instituições de ensino também não é diferente. O desrespeito, as brigas que muitas vezes são ditas pelos alunos como “brincadeiras”, as fragilidades na relação professor e aluno, a ausência da empatia e da afetividade desmontam um contexto que deveria ser agradável e prazeroso de estar na escola, mas muitas vezes se torna enfadonho.
Por isso, a cada dois meses o grupo AdoleScER desenvolve formações com os professores nas escolas de referência, onde são desenvolvidas ações juntos com os jovens lideres educandos justamente para discutir essas problemáticas, não para encontrar culpados, mas para resolver juntos, a partir de estratégias, aplicando uma metodologia capaz de prevenir ou reduzir todas essas questões da violência que impedem uma relação mais harmoniosa no ambiente escolar.
Um ponto estratégico para a redução da violência que é bastante utilizado no Grupo AdoleScER é o OBSERVATÓRIO COMUNITÁRIO: UMA PERSPECTIVA DE REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS, onde, realizando a escuta ativa dos tipos de violências ocorridos nas escolas, através da coleta de dados, se faz um apanhado semanal das violências acontecidas nas Comunidades de Roda de Fogo, Caranguejo Tabaiares, Santa Luzia e Santo Amaro, visto que cada uma tem um tipo de violência específico de acordo com as demandas, e que através dessa identificação se faz trabalhos, ações e multiplicações de redução da violência e a questão da inserção da cultura de Paz.
O passo a passo das formações é simples: Primeiro provoca-se os docentes a respeito das problemáticas que são observadas por eles/elas no ambiente escolar. Em seguida, trabalha-se sobre essa temática na sala de aula, encaminhando ações e multiplicações de informações que partam dos próprios estudantes, conscientizando os alunos quanto às suas atitudes. O processo sempre é finalizado com uma avaliação, onde os professores trazem uma breve análise dos efeitos causados pelas ações e multiplicações realizadas.
Descrever conteúdos, elaborar questionários, cadeiras enfileiradas em direção ao quadro, não fazer barulho ou conversar, tudo isso faz parte de uma proposta educativa que está cada vez menos cabendo em sala de aula. Hoje, com a inserção da tecnologia, o ritmo que chegam as informações às nossas mãos é bastante acelerado e com isso, existe uma necessidade dos alunos saberem um pouco de cada coisa, por diferentes lados, com o uso de diferentes metodologias.
A necessidade de hoje é o ensino com movimento, simulações, comparações com a realidade, diálogo (e não monólogo), dinâmicas. Se faz necessário a inserção da ludicidade. E como forma de propor uma formação com os professores, os educadores do Grupo AdoleScER proporcionaram as formações in loco, realizadas nas escolas onde os professores atuam, e a aderência é bem positiva, onde houve o reconhecimento dos docentes trazer propostas diferentes de atuação nas escolas.
Portanto, o AdoleScER segue adiante, desestruturando a cultura da violência, estabelecendo uma cultura de Paz, refletindo com os professores que, não só os alunos, mas todo corpo escolar precisa de transformações, lutando de forma estratégica com o empenho e melhorias das relações nas escolas.
Por Marcelo Aquino – Pedagogo e educador do Grupo AdoleScER
Setembro 2019