A comunidade de Santa Luzia, no bairro da Torre, na Zona Oeste do Recife, foi vitimizada, na última quarta-feira (03/02/2016), por um incêndio que destruiu cerca de 50 moradias (entre palafitas e barracos), deixando dezenas de famílias desabrigadas.
O Corpo de Bombeiros (CBM-PE) foi acionado por volta das 10h15 da quarta-feira (3) para combater um incêndio e levou dez viaturas até o local para conter as chamas, que só foram extintas às 13h. Tendo em vista que este local atingindo na comunidade, conhecido como (Favelinha), localizado por trás da Escola Estadual CAIC- Creuza Barreto Dornelas Câmara, aguarda assistência por mais de 2 anos, sem retorno. Trata-se de mais um caso de incêndio nas comunidades do Recife, o que nos leva a refletir acerca da responsabilidade do poder público municipal em permitir que tantas pessoas residam, sem as mínimas condições básicas e infraestrutura, em localidades espalhadas pela cidade.
Já no dia 21/12/2015, os moradores de Santo Amaro, na região central do Recife, tomaram um susto quando um terreno situado na Rua Dois de Julho, uma das mais povoadas da localidade, foi tomado por altas chamas. Quando soldados das duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para combater o incêndio, constataram que se tratava da queima de um grande volume de detritos na área da Pernambuco Construto ra conjugada com um terreno da construtora Moura Dubeux. A ação dos bombeiros e a mobilização da comunidade evitaram a destruição de casas populares e a ocorrência de vítimas.
Em março de 2013, temos mais um grave episódio dessa história,
quando um incêndio de grandes proporções atingiu a comunidade Caranguejo Tabaiares, no bairro da Ilha do Retiro, Zona Oeste do Recife. O fogo teve início na Rua Jordânia, por volta das 7h do dia 21, logo se alastrou pela região e destruiu cerca de 50 moradias. As chamas foram provocadas pela explosão de um botijão de gás em uma das casas da localidade.
O que os três casos têm em comum? O descaso com a vida dos moradores dessas comunidades. A ausência de uma política fundiária estruturadora e permanente, por parte do Estado, de modo que as pessoas que residem nessas localidades possam ter o seu direito a uma moradia digna respeitado e preservado.
E o que podemos fazer? Continuar em vigilância, questionando e reivindicando direitos. O Grupo AdoleScER atua há 15 anos junto às comunidades atingidas, num processo formativo com beneficiários da instituição no que diz respeito a reforma urbana e organização comunitária. Nesse momento, externamos nossa solidariedade e total apoio para que a voz de todos que lutam por cidadania seja cada dia mais forte.