[artigo] O relacionamento afetivo entre pais e filhos/as vem sendo prejudicado e há uma readequação desses laços devido a fatores ligados a mudança de século no contexto social brasileiro. O aumento da participação de crianças, adolescentes e jovens, e cada vez mais cedo, nas redes sociais e a falta de tempo ou ausências da família na vida da juventude são algumas das causas que se pode apontar. Observa-se que o incentivo à inserção no mundo digital é um fator decorrente do desenvolvimento tecnológico no país e é o que contribui para esse quadro. Assim, é preciso fortalecer laços afetivos para que as relações humanas não se percam no meio familiar.
O Grupo AdoleScER (GA) adota, dentro do seu planejamento, estratégias para atuar com esses atores que não se restringem apenas a reuniões e encontros formais. O que acontece é uma reintegração familiar a partir de reuniões bimestrais nas comunidades de atuação da organização – Caranguejo/Tabaiares, Roda de Fogo, Santo Amaro e Santa Luzia. Nesses encontros, são realizadas dinâmicas que alcançam a bioenergética, os valores humanos, a meditação e constelação familiar. A relação entre pais e filhos é fundamental para o discernimento da criança e do adolescente, e imprescindível para o exercício da cidadania.
Além dessas abordagens, as crianças, os/as adolescentes e jovens realizam multiplicações de informações sobre várias temáticas com o objetivo de protagonizarem os conhecimentos vindos das formações cotidianas que recebem no GA. Com essas ações, seus familiares reconhecem e valorizam o potencial de seus/as filhos/as e, assim, se estimula a reintegração do afeto e a boa convivência para a promoção de uma cultura de paz nas comunidades. Acreditamos que para driblar as armadilhas dos distanciamentos criados pelas redes sociais, o afeto e o acolhimento são essenciais.